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Como incentivar os aluno a melhorarem as notas?

Por Içami Tiba


Estudante com nota ruim no final do semestre é um clássico. Para os professores também não deve ser fácil.O que eles podem fazer? Incentivar os meninos a estudar? Redobrar a cobrança?


"Vai estudar, meu filho!" Talvez seja a frase que um filho mais ouve dos seus pais, em período letivo. Os pais falam em diversos tons de voz que significam desde ordem, pedido, súplica, advertência, castigo e/ou até mesmo um simples lembrete. Há até pais que, por não gostarem de ver o filho ocioso, "vagabundeando" ou "sem fazer nada", passam-lhe logo uma atividade que lembra mais um "vê se faz algo útil".


Esta frase carrega em média uma insatisfação dos pais com os estudos do filho, principalmente no seu desempenho escolar. Entretanto, a responsabilidade não é somente dos filhos. É também dos pais que não desenvolveram este hábito e dos professores que não sabem como estimular os alunos a estudarem.


Um dos erros é a deturpação do aprendizado que ocorre quando se manda estudar. O mais correto seria dizer: "Vai aprender, meu filho!". A escola perdeu o foco do seu objetivo mais importante: Ensinar. A ação complementar ao ensino é a aprendizagem e não simplesmente o estudo. Parece que o aprender fica implícito no verbo estudar. Podemos aprender sem estudar e podemos estudar sem aprender.


O problema fica maior quando se cobra um tempo de estudo. Ficar em posição de estudo um determinado tempo não significa estudar, pois um filho pode estudar de diversas maneiras e em qualquer tempo. Em sala de aula o aluno precisa ouvir atentamente o professor. Perder uma explicação é um prejuízo muito grande, pois o custo para se aprender sozinho é muito grande, e pagar professor particular para quem não presta atenção ativa na aula é sustentar a preguiça, a falta de educação.


Cabe ressaltar que um aluno masculino geralmente não consegue conversar com colega e prestar atenção ativa à explicação de um professor. São duas atividades que o cérebro masculino elege uma delas em detrimento da outra: ou fala ou escuta. Bem diferente da feminina, cujo cérebro consegue escutar e falar ao mesmo tempo. O mesmo acontece com um professor masculino que, quando está explicando, qualquer conversa entre os alunos o atrapalha. A professora absorve melhor estas conversas sem perder o rumo do que esteja falando.


Felizmente, a educação escolar está despertando para o grande problema que tem em suas mãos: um estudante frequenta a escola, mas não aprende, ele decora nas vésperas da prova. O foco das questões do exame vestibular para cursar as faculdades está mudando. O que é testado é se o aluno tem conhecimentos, sabe lidar com os pensamentos, elaborar uma resposta, pensar, raciocinar, desenvolver e interpretar textos, criar respostas a situações inusitadas etc.


Torna-se essencial aos pais e professores estimularem e avaliarem o aprendizado e não a decoreba. Uma das maneiras para esta avaliação é a produção independente de que o aluno teria que fazer após cada estudo.
Fica fácil para os pais pedirem aos filhos que façam um resumo diário do que estudaram, ou da aula que tiveram na escola. Um resumo que contenha um mínimo de 60 palavras do vocabulário próprio, numa média de 4 linhas, sem usar uma palavra do texto ou aula original de estudo. Parece pouco? Parece muito? É o suficiente para expressar qualquer idéia bem formada.


Os professores também poderiam pedir, no final de cada aula, o mesmo resumo feito com mínimo de 30 palavras próprias sem pesquisar o texto. Quase do tamanho de um texto de Twitter. Este resumo poderia valer nota. Cada professor recolheria os resumos e os redistribuiria aleatoriamente a outros alunos, de tal maneira que um resume e outro lê, qualifica (em ótimo, bom, fraco e sofrível) e entrega ao professor. A verificação que o professor faz é por amostra de alguns resumos. O professor poderia incluir esta atividade para ser feita durante a aula.
   




 
Içami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Família de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 25 livros.

Site: www.tiba.com.br

O que da vida não se descreve... O sabor da laranja

Eu me recordo daquele dia. O professor de redação me desafiou a descrever o sabor da laranja. Era dia de prova e o desafio valeria como avaliação final. Eu fiquei paralisado por um bom tempo, sem que nada fosse registrado no papel. Tudo o que eu sabia sobre o gosto da laranja não podia ser traduzido para o universo das palavras. Era um sabor sem saber, como se o aprimorado do gosto não pertencesse ao tortuoso discurso da epistemologia e suas definições tão exatas. Diante da página em branco eu visitava minhas lembranças felizes, quando na mais tenra infância eu via meu pai chegar em sua bicicleta Monark, trazendo na garupa um imenso saco de laranjas. A cena era tão concreta dentro de mim, que eu podia sentir a felicidade em seu odor cítrico e nuanças alaranjadas. A vida feliz, parte miúda de um tempo imenso; alegrias alojadas em gomos caudalosos, abraçados como se fossem grandes amigos, filhos gerados em movimento único de nascer. Tudo era meu; tudo já era sabido, porque já sentido. Mas como transpor esta distância entre o que sei, porque senti, para o que ainda não sei dizer do que já senti? Como falar do sabor da laranja, mas sem com ele ser injusto, tornando-o menor, esmagando-o, reduzindo-o ao bagaço de minha parca literatura?


Não hesitei. Na imensa folha em branco registrei uma única frase. "Sobre o sabor eu não sei dizer. Eu só sei sentir!"


Eu nunca mais pude esquecer aquele dia. A experiência foi reveladora. Eu gosto de laranja, mas até hoje ainda me sinto inapto para descrever o seu gosto. O que dele experimento pertence à ordem das coisas inatingíveis. Metafísica dos sabores? Pode ser...


O interessante é que a laranja se desdobra em inúmeras realidades. Vez em quando, eu me pego diante da vida sofrendo a mesma angústia daquele dia. O que posso falar sobre o que sinto? Qual é a palavra que pode alcançar, de maneira eficaz, a natureza metafísica dos meus afetos? O que posso responder ao terapeuta, no momento em que me pede para descrever o que estou sentindo? Há palavras que possam alcançar as raízes de nossas angústias?


Não sei. Prefiro permanecer no silêncio da contemplação. É sacral o que sinto, assim como também está revestido de sacralidade o sabor que experimento. Sabores e saberes são rimas preciosas, mas não são realidades que sobrevivem à superfície.


Querer a profundidade das coisas é um jeito sábio de resolver os conflitos. Muitos sofrimentos nascem e são alimentados a partir de perguntas idiotas.


Quero aprender a perguntar menos. Eu espero ansioso por este dia. Quero descobrir a graça de sorrir diante de tudo o que ainda não sei. Quero que a matriz de minhas alegrias seja o que da vida não se descreve...




Padre Fábio de Melo

Dicas de livros 8)

  • Marley e Eu 
 

O caçador de pipas



   Pais brilhantes, professores fascinantes   



Casamento à prova de bebês


1000 lugares para conhecer antes de morrer



A cabana


Porque os homens amam as mulheres poderosas?




Amigos de verdade



Um dia daqueles



O sentido da vida



Por que você não quer mais ir à igreja?



O futuro da humanidade




Revolucione sua qualidade de vida

 

Dez leis para ser feliz





A menina que roubava livros

Projeto de matemática 100 anos da morte de Euclides da Cunha


Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo (RJ), no dia 20 de janeiro de 1866. Foi escritor, professor, sociólogo, repórter jornalístico e engenheiro, tendo se tornado famoso internacionalmente por sua obra-prima, “Os Sertões”, que retrata a Guerra dos Canudos.

Cronologia:

1866 – Nasce no dia 20 de janeiro, na Fazenda Saudade, em Cantagalo, região serrana no vale do rio Paraíba do Sul, na província do Rio de Janeiro, onde vive até os três anos, quando falece sua mãe. O autor e sua irmã, Adélia, passam a viver, em 1869, com seus tios maternos, Rosinda e Urbano, em Teresópolis (RJ).

1871 -  Com a morte da tia, Rosinda, vão morar com os tios maternos, Laura e Cândido, em São Fidélis (RJ).

1874 – Inicia os estudos no Instituto Colegial Fidelense.

1875 - Seu pai, Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha, tem o poema “À morte de Castro Alves” publicado na segunda edição de “Espumas flutuantes”, do poeta baiano, prematuramente falecido.

1877 – Estuda no Colégio Bahia, em Salvador (BA), durante um breve período em que morou naquela cidade, na casa de sua avó paterna.

1879 - Muda-se para a cidade do Rio de Janeiro (RJ), e estuda no Colégio Anglo-Americano.

1883 - Estuda no Colégio Aquino, e escreve seus primeiros poemas em um caderno, ao qual dá o título de “Ondas”.

1884 – Publica em “O Democrata”, jornal dos alunos do Colégio Aquino, seu primeiro artigo.

1885 - Ingressa na Escola Politécnica para cursar Engenharia. Freqüenta somente por um ano, pois é obrigado a desistir por motivos financeiros.

1886 – Matricula-se na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, no curso de Estado-maior e Engenharia Militar da Escola Militar, medida adotada porque a Escola pagava soldo e fornecia alojamento e comida. Tinha, entre seus colegas, Cândido Rondon, Lauro Müller, Alberto Rangel e Tasso Fragoso.

1887 – Passa, por três vezes, pela enfermaria da escola. Pede licença de dois meses para tratar da saúde.

1888 – Sua matrícula na Escola Militar da Praia Vermelha é trancada, face ao ato de protesto durante uma visita do Ministro da Guerra, conselheiro Tomas Coelho, do último gabinete conservador da monarquia. É desligado do Exército sob o pretexto de incapacidade física. Convidado, passa a escrever no jornal “A Província de São Paulo”, hoje “O Estado de São Paulo”, jornal engajado na campanha republicana. O artigo “A pátria e a dinastia, publicado no dia 20/12/1888, marca sua estréia.

1889 - Retorna à Escola Militar da Praia Vermelha, graças ao apoio de seu futuro sogro , o major Sólon Ribeiro e de seus colegas da Escola, que pedem sua reintegração.

1890 – Casa-se com Ana Emília Ribeiro.

1891 - Tira um mês de licença para tratamento de saúde. Viaja com a esposa para a Fazenda Trindade, de seu pai, localizada em Nossa Senhora do Belém do Descalvado (atual Descalvado), no interior de São Paulo. Morre sua filha Eudóxia, recém-nascida.

1892 - Conclui  o curso na Escola Superior de Guerra e é promovido a tenente, seu último posto na carreira. Cumpre estágio na Estrada de Ferro Central do Brasil — trecho paulista da ferrovia, entre a capital e a cidade de Caçapava, por designação do marechal Floriano Peixoto. É nomeado auxiliar de ensino teórico na Escola Militar do Rio. Nasce seu filho Solon Ribeiro da Cunha.

1893 - Escreve artigo com críticas ao governo do marechal Floriano, cuja publicação foi negada pelo jornal “O Estado de São Paulo”. Acometido de forte pneumonia, interrompe sua colaboração com o jornal. Volta a trabalhar como engenheiro praticante na Estrada de Ferro Central do Brasil. Com a Revolta da Armada, que teve início em 06/09, seu sogro é preso. Sua mulher, Ana, refugia-se, com o filho Solon, na fazenda do sogro, em Descalvado (SP). O escritor é designado para servir na Diretoria de Obras Militares.

1894 - É punido com transferência para a cidade de Campanha (MG), por ter protestado, em cartas á “Gazeta de Notícias”, do Rio, contra a execução sumária dos prisioneiros políticos, pedida pelo senador florianista João Cordeiro, do Ceará. Nasce seu filho Euclides Ribeiro da Cunha Filho, o Quidinho.

1895 – Obtém licença do Exército, por ser considerado incapaz para o serviço militar devido à tuberculose. Vai para a fazenda do pai e se dedica às atividades agrícolas. Cansado, poucos meses após tornar-se lavrador, vai trabalhar como engenheiro-ajudante na Superintendência de Obras Públicas em São Paulo.

1896 – Mesmo desaconselhado pelo sogro, o autor desliga-se do Exército, sendo reformado no posto de tenente.

1897 – Volta a colaborar no jornal “O Estado de São Paulo”. Cobre a  4ª Expedição contra Canudos, como correspondente daquele jornal. Em seus artigos, afirma sua certeza na vitória do governo sobre os conselheristas. O presidente Prudente de Morais o nomeia adido do estado-maior do ministro da Guerra, marechal Carlos Machado de Bittencourt. Torna-se sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Acompanha, de perto, toda a movimentação de tropas e faz pesquisas sobre Canudos e o Conselheiro. Em Monte Santo, em companhia do jornalista Alfredo Silva, faz incursão nos arredores da cidade, observa as plantas e minerais da região. Nas cercanias de Canudos, no dia 19/09, escreve sua primeira reportagem da frente de batalha. Antonio Conselheiro morre de disenteria em 22/09. O autor passeia pela cidade, anotando em sua caderneta de bolso, expressões populares e regionais, mudanças climáticas, desenhos da cidade e das serras da região e copia diários dos combatentes. Transcreve poemas populares e profecias apocalípticas, depois citados em “Os Sertões”. Com acessos de febre, retira-se do local, confessando, em seu último artigo para o jornal, o profundo desapontamento provocado pela visão das centenas de feridos que gemiam amontoados no chão. Retorna a Salvador (BA), em 13/10, e escreve, no dia seguinte, no álbum da médica Francisca Praguer Fróes, o poema “Página vazia”, aqui publicado. Volta ao Rio de Janeiro e, de lá, a São Paulo (SP). Após  quatro meses de licença para cuidar de sua doença, viaja para Descalvado onde, começa a escrever “Os sertões”.

1898 – Reassume seu cargo na Superintendência de Obras Públicas de São Paulo. Publica, em “O Estado”, o “Excerto de um livro inédito”, trechos de “Os sertões”, em que defende a tese de que o sertanejo é um forte, cuja energia contrasta com a debilidade dos “mestiços” do litoral. A ponte recém-inaugurada, construída em São José do Rio Pardo (SP), em parte sob a fiscalização do escritor, desaba, levando o biografado àquela cidade para acompanhar o desmonte. A demora nos trabalhos faz com que o escritor mude-se para aquela cidade, onde fica até 1901. Profere palestra no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, sobre a “Climatologia dos sertões da Bahia”, e propõe a construção de açudes para resolver o problema das secas no Nordeste. Grande parte de “Os sertões” é escrita em São José, com a colaboração do prefeito da cidade, Francisco Escobar, que se tornara amigo do escritor.

1900 – Falece, em Belém, o General Solon Ribeiro, sogro do biografado. Finaliza, em maio, a primeira versão de “Os sertões”.

1901 – É nomeado chefe do 5º Distrito de Obras Públicas, com sede em São Carlos do Pinhal (SP), onde conclui “Os sertões”. Nasce seu filho, Manuel Afonso Ribeiro da Cunha. Assina contrato com a editora Laemmert, do Rio, a publicação de 1.200 exemplares de “Os sertões”, assumindo o compromisso de pagar a metade dos custos de edição, 1conto e quinhentos mil réis, quase o dobro de seu salário de engenheiro.

1902 – Após um trabalho insano de revisão, “Os sertões (Campanha de Canudos)” chega às livrarias em dezembro, sendo recebido com aplausos e restrições pela crítica.

1903 – A primeira edição do livro se esgota em pouco mais de dois meses. Começa a tomar notas para a “História da revolta”, livro sobre a rebelião da Marinha, que combateu no Rio, como oficial do Exército, de 1893 a 1894. Elege-se para a cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Castro Alves, e como sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Face à possibilidade de participar de expedição ao Purus, suspende a redação do livro. Vende os direitos das segunda tiragem de “Os sertões” para o editor Massow. Demite-se da Superintendência de Obras Públicas.

1904 – Participa, através de artigos publicados em jornais, do debate sobre os conflitos de fronteira. Condena o envio de tropas brasileiras para o Alto Purus e defende uma solução diplomática que permita incorporar o território do Acre. Propõe uma “guerra dos cem anos” contra as secas do Nordeste, que inclua a exploração científica da região, a construção de açudes, poços e estradas de ferro e o desvio das águas do rio São Francisco para as regiões afetadas pela estiagem. Após trabalhar alguns meses na Comissão de Saneamento de Santos, desentende-se com a diretoria e pede demissão. Sem emprego, volta a escrever no jornal “O Estado de São Paulo” e, também, em “O País”, do Rio. Dificuldades financeiras fazem-no transferir, por uma bagatela, os direitos de “Os sertões” para a editora Laemmert. É nomeado, pelo barão do Rio Branco, chefe da Comissão Mista  Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus, na fronteira do Brasil com o Peru. Parte rumo a Manaus (AM) no dia 13/12.

1905 - Realiza viagem heróica pelo Rio Purus, na Amazônia, chefiando missão oficial do Ministério das Relações Exteriores. Percorre cerca de 6.400 quilômetros de navegação, alguns trechos inclusive a pé. A comissão chega à foz do rio Purus em 09/04. De volta, redige, com o comissário peruano, o relatório da expedição. Embarca para o Rio no dia 18/12. Durante sua ausência, a editora Laemmert publica a terceira edição de “Os sertões”.

1906 – Com a saúde debilitada pela malária, ao chegar encontra Ana, sua esposa, grávida do cadete Dilermando de Assis. Trabalha como adido do barão do Rio Branco. Trabalha no preparo de documentação necessária à construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré. A Imprensa Nacional publica “Notas complementares do comissário brasileiro” sobre a história e a geografia do Purus, incluído no “Relatório da comissão mista Brasileiro-Peruana de reconhecimento do Alto Purus”. Recusa indicação para fiscalizar a construção da ferrovia Madeira-Mamoré. Ana dá à luz Mauro, que falece de debilidade congênita uma semana após seu nascimento. Tempos depois, afirmará ter tomado remédios abortivos tentando interromper a gravidez e que fora também impedida pelo marido a amamentar a criança, filha de Dilermando. O “Jornal do Commércio” publica “Peru versus Bolívia”. Começa a escrever “Um paraíso perdido”, livro sobre a Amazônia, que não é terminado face à morte do autor. Os originais se perderam. Toma posse, finalmente, na Academia Brasileira de Letras.

1907 – Publica “Contrastes e confrontos”, pela editora Livraria Chardron, do Porto (Portugal). Nasce Luís Ribeiro da Cunha, registrado como seu filho, mas que irá adotar, já adulto, o sobrenome Assis, de seu pai biológico Dilermando. Profere, com grande sucesso, no Centro Acadêmico 11 de Agosto, da Faculdade de Direito de São Paulo, a conferência “Castro Alves e seu tempo”.

1908 – Escreve o prefácio do livro “Poemas e canções”, de Vicente de Carvalho. Em “Antes dos versos”, expõe sua concepção da poesia moderna. Publica no “Jornal do Commércio”, a crônica “A última visita”, sobre a inesperada homenagem de um anônimo estudante a Machado de Assis em seu leito de morte. O biografado ocupa, por breve período, com o falecimento de Machado, a presidência da Academia Brasileira de Letras. Passa o cargo para Rui Barbosa. Inscreve-se no concurso para a cadeira de lógica no Ginásio Nacional (Colégio Pedro II), no Rio.

1909 - Obtém a segunda colocação no concurso. Graças à interferência junto ao presidente da República, Nilo Peçanha, do barão do Rio Branco e do escritor e deputado Coelho Neto, é nomeado para a vaga. Entrega aos editores, Lello & Irmão, as provas de “À margem da História”.

Morre no dia 15 de agosto de 1909, depois de uma troca de tiros com o aspirante Dinorá e seu irmão, o cadete Dilermando de Assis. Em 1916, o segundo-tenente Dilermando de Assis, que havia sido absolvido da morte do biografado (legítima defesa), mata em um cartório de órfãos no centro do Rio, o aspirante naval Euclides da Cunha Filho, o Quidinho, que tentou vingar a morte do pai. Dilermando é novamente absolvido, pelo mesmo veredicto.




Bibliografia
:

1902 - Os Sertões

1907 - Contrastes e Confrontos

1907 - Peru versos Bolívia

1909 - À margem da história (póstumo)

1939 - Canudos (diário de uma expedição) (póstumo) — Reeditado em 1967, sob o título Canudos e inéditos.

1960 – O rio Purus (póstumo)

1966 – Obra completa (póstumo)

1975 – Caderneta de campo (póstumo)

1976 – Um paraíso perdido (póstumo)

1992 – Canudos e outros temas (póstumo)

1997 – Correspondência de Euclides da Cunha (póstumo)

2000 – Diário de uma expedição (póstumo)


“Os sertões” foi publicado nos seguintes idiomas: alemão, chinês, francês, inglês, dinamarquês, espanhol, holandês, italiano e sueco.


Reedições mais importantes
:

 - Quinta edição. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1914.

 - Décima segunda. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1933

 - Vigésima sétima. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1963

 - Edição crítica. São Paulo: Brasiliense, 1985; Ática, 1998.

 - Edição comentada. São Paulo: Ateliê/Imprensa Oficial do Estado/Arquivo do Estado, 2002.


Dados obtidos na Academia Brasileira de Letras; Cadernos de Literatura Brasileira, do Instituto Moreira Salles; livros; artigos jornalísticos e sites da internet.



ENEM

O ministro da Educação (MEC), Fernando Haddad, confirmou nesta terça-feira que a nova data escolhida para a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será nos dias 5 e 6 de dezembro, data que coincide com os exames seletivos da Universidade de Brasília (UnB), Universidade de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal de Juiz de Fora.
A nova data do Enem, reagendada por conta do vazamento de questões do exame, não irá, segundo o ministro, atrasar o calendário de matrícula e o início do primeiro semestre letivo de 2010. Em um contrato de emergência, os centros de seleção Cesgranrio e Cespe, vinculado à UnB, serão responsáveis pela impressão, correção e aplicação da prova. O valor do novo contrato ainda está sendo negociado.
"Não adiaremos o cronograma previsto. Acomodar cronograma original para que resultados sejam divulgados sem prejuízo do inicio do ano letivo do ano que vem", disse Haddad, admitindo que serão procurados os reitores de todas as universidades cujos vestibulares têm as mesmas datas do novo Enem.
Reservadamente, o MEC já trabalhava com a aplicação da nova prova do Enem de forma a provocar o menor impacto possível nas universidades que utilizam os exercícios como quesito de seleção e previa que a data do novo exame fosse ou no último fim de semana de novembro, no dia agendado para o vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ou no primeiro fim de semana de dezembro, data do PAS (Programa de Avaliação Seriada) da Universidade de Brasília (UnB). Fontes do Ministério avaliavam que um dano menor seria atrasar esses processos de seleção por terem menor contingente de inscritos.
Após reunião com a equipe do ministro da Justiça, Tarso Genro, Haddad afirmou que o serviço de inteligência da Polícia Federal irá acompanhar todo o processo da nova prova, desde a saída dos malotes do Inep (Instituto nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). "A Força Nacional e a Polícia Federal se colocou à disposição do MEC para acompanhar todas as etapas do processo, (...) para acompanhar toda a parte logística para que tenhamos segurança que um novo ato de delinquência não vá ocorrer na nova aplicação. A Polícia Federal já destinou pessoas que vão fazer o mapeamento do processo", explicou o ministro.
Os Correios, por sua vez, farão a distribuição das provas para os locais de aplicação dos exames. A expectativa de Haddad é que os Correios e a Polícia Federal possam atuar também nos próximos exames do Enem e garantir sua inviolabilidade. No caso das provas de 5 e 6 de dezembro, caso ainda haja pontos de fragilidade, as Forças Armadas podem ser acionadas para ampliar a segurança do processo.
"O próprio Exército procurou o Ministério da Educação se colocando à disposição. Hoje o Enem é um ícone, é um símbolo nacional. O desafio do Estado brasileiro é que esse ícone seja reconhecido como tal, que seja respeitado. Se isso (presença das Forças Armadas) vai se realizar ou não vai depender desse mapeamento do processo e da decisão dos Correios de (apontar) eventuais áreas de fragilidade. Vamos agregar todos aqueles que têm disponibilidade de ajudar", disse.


Cancelamento das provas
O Ministério da Educação cancelou na madrugada da última quinta-feira (30) a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que seria aplicado no último final de semana, 3 e 4 de outubro, para mais de 4 milhões de pessoas em todo o País. O cancelamento teria ocorrido em virtude do vazamento da prova. As provas seriam aplicadas em 113.857 salas de 10.385 escolas do País.

As suspeitas de fraude ocorreram após um homem ter telefonado para o jornal O Estado de S. Paulo informando que tinha em mãos duas das provas que seriam aplicadas no sábado pelo Ministério da Educação. Nas provas do exame de ensino médio havia questões com o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, uma tirinha da personagem argentina Mafalda e um exercício sobre índices de desmatamento na Amazônia. A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar o caso.
Na última semana, a professora Itana Marques, representante do Connasel, afirmou não ter havido "fragilidade" na segurança dos exercícios. Por ser alvo de investigação da Polícia Federal, a professora evitou dar detalhes de que requisitos de logística seriam aprimorados ou alterados para garantir a segurança das futuras provas. O governo rescindiu o contrato com o Connasel nesta segunda.